INTERVENÇÃO NA SEGURANÇA (GUARDA CORPO)
ÁREA DO MONA PEDRA DO BAÚ E BAUZINHO
Criação 16 de Setembro 2022
Coordenação : Udo Alexandre Wagner
Relator: Carlos Alberto Alves Junior (Charlie)
APRESENTAÇÃO DO PARECER NA REUNIÃO ORDINÁRIA EM
18 DE NOVEMBRO 2022
ENTREGA DO PARECER AO GESTOR NA REUNIÃO ORDINÁRIA
DE 18 DE NOVEMBRO 2022
GRUPO DE TRABALHO “GUARDA CORPO BAUZINHO”
São Bento do Sapucaí, 18 de novembro de 2022.
Aos cuidados de: Conselho Gestor do MoNa
Pedra do Baú e à Fundação para a Conservação e a Produção Florestal do Estado
de São Paulo.
Assunto: Intervenção de segurança e
orientações aos visitantes na Pedra do Bauzinho sob o "CONTRATO N.o
22003-7-01-11– PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS – PROCESSO DIGITAL FF.003448/2021-49 –
PREGÃO ELETRÔNICO N.o E- 165/2021”.
Apresentação: Como membros do Conselho
Consultivo do Monumento Natural Estadual da Pedra do Baú (MoNa Baú), algumas
instituições participando, inclusive, desde o início da criação desta UC, temos
que ressaltar a importância do diálogo e representação de nossas instituições
perante à sociedade. Portanto, é importante frisar o papel que este Conselho
representa - devidamente registrado em leis federais, estaduais e municipais,
assim como em nosso Estatuto - no diálogo entre os entes públicos e privados.
Com a aprovação do pacote fiscal do Governo do Estado em 2020 e o início da
pandemia da Covid19, o Conselho permaneceu inativo por dois anos – de meados de
2020 a 2022. Nesse período houve a troca de gestores no MoNa Baú e a FF, atenta
ao grande aumento de visitantes em todo o complexo, deu continuidade aos
estudos visando a manutenção de trilhas e instalação de sinalização e proteção
em áreas de grande afluxo. Neste periodo a FF realizou uma licitação para
colocação de um guarda corpo na crista do Bauzinho, além de obras de manutenção
da trilha do lado sul da rocha do Bauzinho-Baú até a Ana Chata. A colocação de
guarda-corpos foi uma questão anteriormente pautada e geradora de polêmica (27ª
Reunião Ordinária em 30 de setembro de dois mil e dezesseis), quando este
Conselho se posicionou contra a instalação de proteção, ou delimitador de área,
no topo do Bauzinho. Porém com a contratação da empresa TECTOM, vencedora da
licitação, este assunto referente aos guarda-corpos voltou à pauta agora e,
novamente, gerou conflitos de opiniões, sendo que foi desdobrada em mobilização
da comunidade de montanhistas locais. Por este motivo, foi solicitado na última
reunião do Conselho de 16/09/2022 um tempo para que pudéssemos expor aos
representados este situação e, com isso, foi criado um Grupo de Trabalho (GT)
para facilitar a troca de informações e propor soluções técnicas e factíveis para
o projeto de guarda corpo a ser confeccionado pela TECTOM. A partir das
reuniões do GT em 07/10/2022 e 13/10/2022 foi decidido por redigir este
documento com o intuito de expor as diversas posições e, como instrumento
formal de diálogo, ouvir as mais diferentes opiniões, críticas e demandas.
Considerações: • Considerando ser o MoNa Baú importante
atrativo turístico, que goza de indescritível e único cenário paisagístico,
eixo geológico e geográfico privilegiado da Serra da Mantiqueira, que mantém
áreas preservadas da Mata Atlântica, com nascentes de água intocadas, fauna e
flora únicas, é temerário que até o momento não tenha sido elaborado o Plano de Manejo,
condição sine qua non para a boa regência de
múltiplos, variados e, por vezes, conflitantes interesses; • Considerando que
toda a gestão do MoNo Baú, incluindo FF, prefeitura de São Bento do Sapucaí e
seus representantes, além deste Conselho, tem responsabilidade - ainda que em diferentes
graus e maneiras -, por eventuais acidentes que venham a ocorrer na UC ou,
especificamente, aos visitantes da crista do Bauzinho; • Considerando a ausência de um Sistema de Gestão de
Segurança (SGS) no MoNa Baú com a devida análise de
probabilidade de riscos e consequências, regrando e orientando portanto, as
decisões e ações de segurança a serem tomadas pelos gestores; • Considerando
que o Plano Diretor
de Turismo trouxe à tona as seguintes considerações:
1 Proposta de posicionamento: São Bento do Sapucaí, onde se pratica a natureza;
2. Perfil do turista: Turistas e excursionistas conscientes, em busca de
experiências em ambiente rural com natureza exuberante; 3. Meta do
posicionamento: Melhor lugar para prática de atividades ao ar livre do Estado
de São Paulo; 4. Atividades principais: Atividades de montanha relacionadas ao
MONA e 5. Atividades complementares: Contemplação e contato com a natureza;
experiências gastronômicas; eventos esportivos, de confraternização,
gastronômicos, musicais e de tradição; esportes em meio à natureza; contato com
a arte dos ateliês; comercio local e exportação de artesanatos e produtos
locais; turismo no espaço rural como experiências no campo; • Considerando a Portaria Normativa FF/DE No 310/2019 que
dispõe sobre a definição da capacidade de carga das trilhas e atrativos do MoNa
(ANEXO I), cujo teor informa que a trilha da Portaria (estacionamento) à Rampa
de Voo Livre comporta 1.712 visitantes/dia e que o cume do Bauzinho comparta
825 visitantes/dia; • Considerando o ofício da organização Férias Vivas Ref.
Situação de Risco na Pedra do Bauzinho (ANEXO II) que discorre sobre o Código
de Defesa do Consumidor, a Lei Geral de Turismo e as Normas Brasileiras do
Turismo de Aventura, ressaltando um caso real e atual que ilustra a
responsabilidade dos órgãos públicos na manutenção de áreas naturais destinadas
à visitação; • Considerando que o mesmo Complexo do Baú é cercado por
propriedades privadas, por segundas casas de turistas moradores de grandes
centros como São Paulo, Taubaté, São José dos Campos entre outros, por pequenos
proprietários rurais e agricultores bem como por hotéis, pousadas, comércios
locais, empresas de turismo convencional ou de aventura, restaurantes e bares
que demandam um atrativo
como a Pedra do Baú cada vez mais estruturado para receber um turismo em franco
crescimento;
• Considerando que a Pedra do Baú, Bauzinho
e a Ana Chata formam um conjunto muito especial de
rochas excelentes para a prática do montanhismo e escalada, que desde
o início dos anos 70 escaladores de todo o Brasil buscam suas paredes para
abrir novas vias ou buscar os desafios daquelas já abertas, a comunidade de
escaladores do Baú, sendo apaixonada e fiel defensora das melhores condições
daquelas paredes e vegetação, servindo-se amiúde de suas trilhas para acessar
as rotas de escalada; ao mesmo tempo, sustentados por sólidos princípios
éticos-filosóficos, contam com a extensiva preservação de suas condições
originais. Por essa razão, aferrados a uma inabalável vontade de manter tudo
como sempre foi, posicionam-se contrários a interferências que destruam ou
maculem paisagem, terreno ou vegetação; • Considerando que todo o arcabouço
legal que estabelece as normas e leis atinentes ao meio ambiente, à
tutela de unidades de conservação e às áreas de preservação e proteção
ambiental erige-se a partir de fundamentação teórico-filosófica derivada da
compreensão de que essa temática é fruto de múltiplos e complexos cruzamentos
de realidades, interesses e condições ambientais, resultando em interseções
entre diferentes (eco)sistemas, há que se observar, em permanente continuidade,
que toda ação resulta em reação não linear (complexa), e estas podem por vezes
ser profícuas mas também podem ser deletérias; • Considerando que mesmo com o
intenso crescimento de turistas que vão conhecer a Pedra do Baú e que o fazem
em sua maioria a partir do topo do Bauzinho, dado que é por ali que a maioria
chega a pé depois de deixar seus veículos estacionados na portaria do MoNa, não
há registro de acidentes graves ou fatais originados por
estes visitantes na crista da pedra do Bauzinho; • Considerando que apesar da
geografia brasileira possuir vasta e muito rica quantidade de montanhas e
rochas (basta verificar na paisagem carioca o Corcovado, o Pão de Açúcar, a
Pedra da Gávea), a população brasileira carece de
vivência mais intensa do que podemos denominar de cultura de montanha.
Este decorre diretamente do fato de a prática do montanhismo de maneira
ordenada e ostensiva é recente – apesar de importantes conquistas em nossas
montanhas datarem de mais de cem anos (o Dedo de Deus foi escalado pela
primeira vez em 1912), verificamos uma explosão na formação de montanhistas e a
ampliação dos pontos de escalada a partir do início dos anos 90; •
Considerando, por fim, que a falta de uma cultura
de montanha implica na precária formação de nossa
população para as questões próprias dos ambientes montanos – ainda é pequeno o
número de pessoas preparadas para intempéries, com vestimentas adequadas, ou
com equipamentos adequados para deslocamentos confortáveis e seguros a visitar
o Bauzinho; tal fato decorre do recente, e um tanto incipiente, atravessamento
em âmbito social (difusão ampla) de informações sobre o que deve condicionar a
formação de montanhistas
Propomos: O Grupo de Trabalho
propõe que a proteção “guarda copo”, de instalação fixa, proposta no Contrato
N.o 22003-7-01-11 seja substituído por: 1. Instalação de “guarda corpo”
removível - onde se fizer necessário -, além da instalação de sinalizações
clara e bem elaboradas conforme as proposições do "Relatório de Vistoria:
Intervenções de segurança no Bauzinho” (ANEXO III); 2. Elaborar imediatamente o
Sistema de Gestão Segurança - SGS (ANEXO IV) "Proposta de Intervenções e
Zoneamento de Segurança Bauzinho” e "Sistema de Gestão de Segurança do
Monumento Natural Estadual da Pedra do Baú” (ANEXO V) apresentados em Reunião
Ordinária no dia 21/10/2022, assim como a informação dos riscos aos visitantes
(como por exemplo um "Termo de Consentimento de Risco”) quando da visita à
UC 3. Instalar sinalização clara e bem elaborada para os bens ambientais
constantes do MoNa– especial atenção à fauna, flora e geologia; 4. Estabelecer
regramento objetivo, simples, de fácil e ampla visualização das vestimentas e
calçados adequados aos passeios no MoNa Baú; 5. Projetar plano de educação
incluindo as bases da cultura de montanha com o objetivo de formar monitores,
vigilantes, gestores e visitantes - algumas ações específicas, a saber: •
Constituição do Museu da Pedra do Baú no centro de visitantes – espaço
destinado a mostrar através de fotos, textos e objetos a história das atividades
atualmente existentes na Pedra e em seu entorno; • Redação de material visual e
textos para site e redes sociais para serem distribuídos em hotéis, pousadas,
restaurantes, bares e comércio - principalmente - de São Bento do Sapucaí e
Campos do Jordão, com orientações e sugestões de vestimentas, calçados,
comportamento bem como história e informações relevantes sobre meio ambiente -
meteorologia, geologia e geografia, fauna e flora; • Oferta contínua-permanente
de cursos de educação ambiental, montanhismo, segurança e primeiros socorros
para todos os trabalhadores e moradores envolvidos com o dia-a-dia do Complexo
do Baú.
Assinam esta carta os seguinte Conselheiros e membros do GT:
Federação de Montanhismo do Estado de São Paulo - FEMESP
Nome: Antônio Calvo Neto CPF: 222.261.718-94
Clube Alpino Paulista - CAP Nome: Fabio Cascino CPF:
046.601.688-32
Associação de Esportes de Montanha de São Bento do Sapucaí -
ASSEM Nome: Carlos Alberto Alves Junior CPF: 265.515.448-78
Fundação Paiol Grande Nome: Murilo Costa Santiago CPF:
307.162.808-09
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São
Paulo - IFSP Nome: Udo Alexandre Wagner CPF: 114.135.568-09
ETAPAS DO TRABALHO
Primeira Reunião : 7 de Outubro 2022
15 Horas - Receptivo Pedra do Baú
Obterr sugestões e direcionar as necessidades para criação de um parecer do GT
ATA Nº1 - GRUPO DE TRABALHO
ESTRUTURA DE SEGURANÇA NO BAUZINHO
Data: 07 de outubro de 2022
Reunião presencial Local: Centro de visitantes
do MONA Pedra do Baú Início: 15h05 Final: 18h00 PARTICIPANTES Conselheiros Presentes: Diego Lustre Gonçalves (FF), Rafael Olímpio Silva
(PMSBS), Eduardo Bracher (Ass. Altiplano do Baú), Fabio Alberti Cascino
(CAP), Udo Alexandre Wagner (IFSP), Murilo Costa Santiago (Fundação Paiol
Grande), Italo Cesar Puntoni Memolo (GramBaú), Participantes não
conselheiros: Fabiano Garcia Gomes
(Monitoria BK), Angélica Aparecida (Monitoria BK), Felipe Faccio, Amanda Alvereida,
Renata Calimon, Renata Luise, Pedro Bergamin, Patrick Coelho, Rudney Silva,
Isabela Fuzari, Marcelo Costa (SegLife), Alexandre Silva, Eliseu Frechou,
Carlos Alves, Marco Aurélio Correia, Melissa Machado, Fernanda Oliveira,
Bruno Felipe Gonçalves, Alberto Vasquez, Luiz Felipe de Menezes. ORDEM DO DIA 1.Apresentação da pauta do
dia; 2.Apresentação de ideias da empresa Tecton; 3.Explanação de ideia dos
participantes da reunião; 4.Encaminhamentos. ASSUNTOS DE PAUTA 1. Apresentação da pauta O Gestor Diego Lustre
(Fundação Florestal/ MONA Pedra do Baú), deu início a reunião fazendo uma
breve apresentação pessoal na qual falou sobre sua experiência profissional
em diálogos entre conselhos gestores e sociedade civil, respectivamente
apresentou o contrato que está perpassando pelo conselho desde antes de sua
criação até o presente momento da discussão. O gestor Diego fez uma breve
retrospectiva da última reunião extraordinária do conselho gestor, e apontou
para discussão que se formou em torno da execução de um contrato já
pré-aprovado para a prestação de serviços na área do MONA da Pedra do Baú, em
especial o debate que se formou sobre a instalação de uma estrutura de
segurança no trajeto de acesso e no cume do Bauzinho. Tendo em vista a quantidade de
questionamentos e dúvidas que foram expostas na reunião do dia 16 de
setembro, optou-se pela criação de um Grupo de Trabalho para debater a
temática do contrato nº 22003-7-01-11 de Prestação de Serviços de
Planejamento e Implantação de Estruturas em trilhas de uso público em
Unidades de Conservação, e a previsão de instalação de estruturas no Bauzinho
e áreas afins. Todo esse contexto histórico
foi passado aos participantes presentes, uma vez que muitos ali não estavam
presentes nas reuniões anteriores e não tinham conhecimento de como foi
desenvolvido o contrato de prestação de serviços e muito menos a proposta de
instalação de estrutura no cume do bauzinho. Diego esclareceu que houve de
fato um problema de comunicação que resultou em diferentes interpretações
sobre a iniciativa da Fundação Florestal. Salientando que este é o espaço de
colher as críticas e contribuições para o projeto. |
2. Apresentação de ideias da
empresa Tecton
O representante empresarial
Tomás, (“Tom”), iniciou sua apresentação explicando sua história de
envolvimento com a área do MoNa Baú e sua importância para a formação de uma
‘identidade de montanha’, fez também uma breve introdução histórica sobre a
criação da sua empresa de engenharia ‘Tectom’ e quais os serviços prestados por
eles em outras unidades de conservação.
Dando encaminhamento na
explicação, o representante Tom descreveu alguns detalhes previstos no edital
de contratação de serviços, tramites burocráticos, tempo de duração, materiais
e métodos usados nas intervenções, e deu destaque para o ponto que motivou a
criação do Grupo de Trabalho, a então instalação de 200 metros de um guarda
corpo no cume do bauzinho, sendo este o ponto focal deste debate.
Foi exposto aos participantes
as especificações deste guarda corpo, local de proposta de instalação, material
que poderá ser utilizado na construção, adequações de alguns pontos específicos
não previstos anteriormente. Todos pontos ainda não definitivos, abertos para o
debate e para colher contribuições. A exemplo do material previsto no contrato,
madeira, que, conforme o próprio Tom, não é o mais adequado.
3. Explanação de ideia dos
participantes
Após a fala de apresentação do
representante empresarial Ton, foi aberto o espaço de fala para os
participantes. Os primeiros a terem a fala proferida foram de alguns
conselheiros presentes, que disseram ter conhecimento do processo de prestação
de serviços há pouco tempo, em seguida desta fala, alguns participantes
iniciaram uma breve discussão sobre a falta de aviso prévio e como o processo
desenvolveu-se até então.
Alguns participantes presentes
na reunião questionaram a falta de um plano de manejo para delimitar a área de
uso extensivo e intensivo da unidade, uma vez que existe essa necessidade e
alguns participantes pensavam que isso seria necessário para a instalação do
guarda corpo. O gestor Diego, respondeu aos questionamentos anteriores e
aproveitou para explicar como formou-se a consulta pública do processo, uma vez
que isso também foi questionado. Um documento importante que foi muito
defendido, e que atualmente não existe, é um Plano de Gestão de Riscos, que
seria uma base técnica que traia elementos concretos para justificar os
tratamentos de risco.
Em seguida, o debate foi levado
a questionamentos referentes a demanda pela instalação da estrutura de guarda
corpo e qual seria o Sistema de Gestão de Segurança aplicado, para estes
questionamentos o participante Udo Wagner (Instituto Federal) fez as
considerações necessárias para sanar as dúvidas pertinentes.
4. Encaminhamentos
O GT neste dia teve a função de
elucidar aspectos do contrato até então de conhecimento somente dos membros do
Conselho Consultivo. Ficou claro que é uma demanda complexa e polêmica que deve
ser amplamente divulgada à comunidade da Pedra do Baú e de São Bento do
Sapucaí. Não houve consenso sobre o tipo específico de instalação de segurança
a ser considerado, especialmente por ter havido tempo para a vistoria no local,
como combinado.
Nesse sentido, o encaminhamento
foi agendar mais um encontro, este sim para realização de vistoria e debate
sobre as possíveis intervenções, sinalização e medidas complementares, baseados
nos riscos existentes e o tipo de público que frequenta o Baú, mas sem perder
de
vista a cultura de montanha
como conceito chave a ser integrado à Gestão do Uso Público desta Unidade de
Conservação.
Reunião/ vistoria foram
agendados para dia 14 de outubro, às 15 horas, na Portaria do Bauzinho.
INFORMES:
Não houve informe
ENCERRAMENTO
Sem nada mais a ser debatido na
reunião, o gestor Diego agradece a presença de todos e a reunião se encerra, às
18h00.
São Bento do Sapucaí, 07 de
outubro de 2022.
Diego Lustre Gonçalves
Presidente
do Conselho Gestor
Segunda Reunião: 14 de Outubro 2022
15 Horas - Bauzinho - Visitação Técnica
Monumento Natural
Estadual Pedra do Baú
GT Guarda-Corpo do Bauzinho
Relatório de Vistoria:
Intervenções de segurança no Bauzinho
Reunião do GT – Vistoria – Intervenções de segurança no Bauzinho
INTRODUÇÃO
No dia 14 de outubro de 2022,
ocorreu a 2° reunião do GT para discutir as intervenções de segurança no
Bauzinho. A reunião iniciou às 15hs com o Gestor Diego Lustre comentando sobre
a discussão na 1° reunião.
Diego (FF) inicia a fala
comentando sobre a discussão da 1° reunião e faz o pedido para alguém ser o
relator da vistoria.
Participantes mencionam sobre a importância de implantação
de placas de segurança desde o inicio da portaria do Mona para melhorar a
vivência do visitante.
Udo (IFSP) sugeriu ser feito um
rascunho de um plano de risco, observando na vistoria os possíveis riscos,
enquanto Alberto (Rotas e Rochas) sugeriu que nas placas fossem colocados os
níveis de risco de cada local da Trilha do Bauzinho.
Figura 1. Diego iniciando a vistoria na entrada da Trilha do Bauzinho.
Foi mencionado também pelos
participantes sobre os animais domésticos na Unidade e regras na Unidade e
sobre uma parceria com a prefeitura para melhorar a comunicação e informação
para os visitantes.
Os membros do GT presentes
chegaram numa proposta de considerar o risco e os tratamentos de risco de forma
progressiva, ao longo do trajeto, de modo a demonstrar ao visitante que o risco
aumenta, consequentemente, as intervenções de segurança diminuem com a
sequência da caminhada.
Para isto, foi proposta a
setorização do Bauzinho, em classificação conforme o grau de risco – mais
intervenções/ menor risco – no início; e menos intervenções/ maior risco – no
final.
O trecho de trilha, propriamente
dita, sob dossel da vegetação entra o estacionamento e o afloramento rochoso,
foi denominado de Setor A. Os setores B, C e D são já na rocha, sendo divididos
entre si por passagens mais estreitas em meio a vegetação. Ou seja, cada gargalo
de estreitamento da passagem divide um setor. Foi elabora um croqui, pelo
professor Udo (IFSP) que demonstra visualmente esta classificação, por cores. A
idéia é que a classificação esteja ilustrada por placas aos visitantes, desde a
entrada da trilha, e também a cada passagem de um setor de menor risco para um
de maior, salientando os cuidados necessários aos visitantes.
Figura 2. Considerações pré-vistoria.
SETOR B1
No início da rocha (fim das
escadas) o Diego comentou que, em vistoria no local, a empresa Tectom propôs a
substituição do corrimão existente por um novo. Foi comentado sobre o primeiro
guarda-corpo velho amarelo logo no início, disseram que este guarda-corpo foi
instalado para evitar acidentes pois não havia mata naquela área, a rocha era
lisa e escorregadia, sem vegetação, as pessoas tinham o costume de chegar à
beira e assim a vegetação não tinha oportunidade de crescer e avançar, fora o
risco de queda.
O guarda-corpo existente pode ser
realocado para ajudar o público com maior dificuldade de mobilidade, na
passagem trilha – rocha, que é um desnível que torna o início da subida
difícil, especialmente se a rocha estiver úmida. O corrimão vai servir de ajuda
a pessoas com maior dificuldade.
Como a vegetação existente
avançou, a locação do guarda-corpo novo pode ser alterada, margeando a
vegetação, ou seja, mais acima do que o nível atual.
Esse primeiro lance de rocha foi
nomeado pelos participantes como setor B1.
Figura 3. Setor B1, primeiro guarda-corpo – substituição do existente e realocação do atual.
SETOR B2
Foram sugeridas várias
intervenções que não fossem necessariamente um guarda-corpo, como por exemplo
entre o setor B1 e B2 uma placa de advertência, avisando os riscos para os
visitantes que chegarem até aquele local. Também foi mencionado um possível
guarda-corpo removível, ou limitador de acesso, sem apoios (que serve mais como
uma orientação ao visitante do que uma proteção física).
Figura 4. Sugestões sendo feitas no Setor B1 e B2.
Figura 5. Perímetro para instalação da proteção móvel no Setor B.
SETOR B3
Trecho
de contenção / placa de indicação “Evite pisar na vegetação”.
SETOR B4
Foi
sugerido no setor B4 uma área de proteção da vegetação, formando assim uma
ilha. A intervenção seria feita com placas ou pinturas na rocha, como uma seta
por exemplo, para indicar o caminho ao visitante.
Figura 6. Área de restauração, que terá sinalização
padrão e com placa de orientação dos visitantes, para evitar pisotear a mata.
SETOR B5
Na área B5
também seria uma intervenção para proteção da flora, com placas ou talvez uma
estrutura removível. O grupo discutiu que as informações sobre a área de
recuperação deveriam ser concentradas em uma só, de preferência os pontos B2 e
B3.
SETOR C
A área foi
definida como C1, sendo área de recuperação e C2 como um ponto de alta
degradação. O ponto definido como C3 também estava bem degradado, foi sugerido
placas de sinalização nesses pontos.
Figura 7. Área de restauração, com acesso irregular
com risco de queda, usado como “corta-caminho”.
SETOR D
O setor D é
o local onde visitantes fazem a foto clássica do Bauzinho, chegando no início
da rocha, á esquerda, há uma área definida como D1, é uma rocha bem íngreme com
vegetação com vista para a cidade de Campos do Jordão. Nesse ponto foi
discutido que existe grande risco de queda e um nível de degradação, pois a
vegetação regrediu por conta de pisoteio.
O ponto D2 é uma antiga placa,
que foi mencionado uma substituição por uma placa nova com informações
relevantes como altitude, flora entre outros. No ponto D3 foi observado uma
abertura na vegetação, um caminho novo feito por visitantes para a passagem
para a próxima rocha, um ponto com grande risco de queda, foi sugerido uma
placa indicando o alto grau de risco, desestimulando a passagem. A sequência do
Setor D é justamente o trecho final na ponta do Bauzinho, que comunica com o
Col do Baú – passagem mais estreita, de maior risco. Foi mencionado a
instalação de corda delimitando o acesso, porém alguns participantes disseram
que os visitantes podem usar essa corda para se apoiar para passar.
As informações gerais e todos os
riscos devem estar constando na placa de entrada, com os setores já estabelecidos,
mostrando com cores os níveis de risco e figuras, pois foi discutido que placas
dinâmicas e interativas chamam mais a atenção dos visitantes e crianças.
Figura 8. Área a ser protegida, tanto para segurança do visitante como para proteção da vegetação – D1.
Figura 9. Platô final do Bauzinho, com placa antiga a ser substituída – D2.
Figura 5. Grupo discutindo as intervenções.
1.
Documentos de Contexto – Crista e Faces da Pedra do Bauzinho
Versão 1: Criada por Udo Alexandre
Wagner em 16.10.22 para apreciação e discussão inicial pelo Conselho Consultivo
do MONABaú sobre implantação de medidas de controle de risco na Pedra do
Bauzinho
1.1.Quadro
de Probabilidades
Nível |
Probabilidade |
Descrição
da Probabilidade |
1 |
Quase
Impossível |
Poderá
ocorrer somente em circunstâncias excepcionais ou muito raras |
2 |
Improvável |
Poderá
ocorrer ocasionalmente |
3 |
Possível |
Poderá
ocorrer algumas vezes |
4 |
Provável |
Ocorrerá
em um número significativo de vezes |
5 |
Quase
certo |
Espera-se
que ocorra com frequência elevada |
1.2. Quadro
de Consequências
Nível |
Consequência |
Descrição
da Consequência |
1 |
Insignificante |
Não
requer tratamento nem remoção, não requer primeiros socorros |
2 |
Sem
gravidade |
Requer
primeiros socorros no local, mas não requer remoção. |
3 |
Moderada |
Requer
remoção e tratamento médico ambulatorial ou hospitalar breve |
4 |
Grave |
Requer
remoção complexa e/ou tratamento hospitalar prolongado |
5 |
Catastrófica |
Danos
Significativos e Permanentes à saúde ou Morte. |
1.3.
Quadro de Cálculo de Risco
5 – Quase Certo |
5 |
10 |
15 |
20 |
25 |
4- Provável |
4 |
8 |
12 |
16 |
20 |
3 – Possível |
3 |
6 |
9 |
12 |
15 |
2 – Improvável |
2 |
4 |
6 |
8 |
10 |
1 – Quase Impossível |
1 |
2 |
3 |
4 |
5 |
Probabilidade X |
1 Insignif. |
2 Sem
Gravidade |
3 Moderada |
4 Grave |
5 Catastrófica |
1.3.
Quadro de Cálculo de Risco
5 – Quase Certo |
5 |
10 |
15 |
20 |
25 |
4- Provável |
4 |
8 |
12 |
16 |
20 |
3 – Possível |
3 |
6 |
9 |
12 |
15 |
2 – Improvável |
2 |
4 |
6 |
8 |
10 |
1 – Quase Impossível |
1 |
2 |
3 |
4 |
5 |
Probabilidade X |
1 Insignif. |
2 Sem
Gravidade |
3 Moderada |
4 Grave |
5 Catastrófica |
1.4. Quadro de Referência para
Zoneamento de Risco: Crista e Faces Verticais da Pedra do Bauzinho
Risco Aceitável Calculado por Zona
de Segurança |
Classificação da Zona Segurança |
Limite das Situações de Risco Aceitas pela
Gestão do MONABaú |
Transferência de Responsabilidade dos
riscos aos visitantes através de comunicação (sinalização e outros) |
Risco
menor ou igual a 4 |
Risco
Baixo |
Prováveis
consequências insignificantes /Improváveis consequências sem gravidade /
Quase Impossível consequência grave |
Calçado
adequado, não ultrapassar barreiras de segurança, retornar imediatamente em
caso de aproximação mal tempo |
Risco
menor ou igual a 6 |
Risco
Moderado |
Possíveis
consequências sem gravidade / Improváveis consequências moderadas |
Calçado
adequado, não ultrapassar barreiras de segurança, não se aproximar do abismo,
retornar imediatamente em caso de aproximação mal tempo |
Risco
menor ou igual a 10 |
Risco
Alto |
Improváveis
consequências catastróficas / Quase certo consequências sem gravidade |
Calçado
adequado, não ultrapassar barreiras de segurança, não se aproximar do abismo,
retornar imediatamente em caso de aproximação mal tempo |
Risco Aceitável Calculado por Zona
de Segurança |
Classificação da Zona Segurança |
Limite das Situações de Risco Aceitas pela
Gestão do MONABaú |
Transferência de Responsabilidade dos
riscos aos visitantes através de comunicação (sinalização e outros) |
Risco
menor ou igual 16 |
Risco Muito Alto |
Quase
certo consequência moderada / Provável Consequência Grave / Possível
Consequência Catastrófica |
Calçado
adequado, progredir caminhada de forma cuidadosa, não se aproximar do abismo
sem estar ancorado, só adentrar ambiente vertical com uso de equipamentos* e
técnicas adequadas*, retornar imediatamente em caso de aproximação mal
tempo. O visitante exime o MONABaú
sobre qualquer responsabilidade sobre a segurança dos pontos de ancoragem e
proteções de via de escalada **. |
Risco
superior a 16 |
Risco
Inaceitável |
Provável
consequência grave, provável consequência catastrófica, quase certa
consequência catastrófica |
O
risco é inteiramente assumido pelo visitante. Se aproximar de abismo sem
ancoragem, adentrar ambiente vertical sem uso de equipamentos* e/ou técnicas
adequadas*, permanecer em condições de mal tempo em ambiente vertical ou ao
longo das cristas altas das rochas. Acesso proibido pela gestão nestas
condições ou esportista assumindo todos os riscos, isentando a gestão
completamente |
*Em caso de
operação comercial, são considerados equipamentos e técnicas adequadas aquelas
reconhecidas pelas Normas ISO e NBR de turismo de aventura como tal.
* No caso de
subida pela via ferrata considerados equipamentos e técnicas adequadas são
consideradas as definidas na Portaria 301/2019 da Fundação Florestal
* Sugestão
para as entidades do montanhismo pensarem: Em caso de atividade esportiva não
comercial, são considerados equipamentos e técnicas adequadas aquelas
reconhecidas pela Confederação Brasileira de Montanhismo (ou UE, NFA e UIAA)
como tal.
** FEMESP ou outra entidade pode assumir a responsabilidade
sobre pontos de ancoragem e proteções de vias de escalada ????
PROPOSTA DE INTERVENÇÕES DE SEGURANÇA
PROPOSTA DE ZONEAMENTO DE SEGURANÇA
LISTA DE PRESENÇA
Nome |
E-mail |
Instituição |
Diego Lustre |
diegolg@fflorestal.sp.gov.br |
Fundação Florestal |
Fábio Faccio |
fefaccio@gmail.com |
- |
Patrick Kusterer |
patrickkusterer@hotmail.com |
- |
Murilo Costa
Santiago |
murilo@paiolgrande.com.br |
Paiol Grande |
Udo Alexandre |
udowagner@ifsp.edu.br |
IFSP |
Vitor Suzuki |
vitorsc@sp.gov.br |
CFB/CTR7 |
Carlos Alberto
Alves Jr. |
charlie@trincheira.com.br |
ASSEM |
Alberto Valquez |
contato@rotaserochas.com.br |
Rotas e Rochas |
Lidiane Rosa |
rotas.rocha@gmail.com |
Rotas e rochas |
Edson Carlos da
Costa |
ecarloscosta2013@gmail.com |
SegLife |
Fabiano Garcia |
fabianogarciagomes@gmail.com |
BK Consultoria |
Angélica Tavares |
angelica.biotavares@gmail.com |
BK Consultoria |
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